Editorial

Empregos em alta

Empregos em altaNada como encerrar a semana com uma boa notícia em tempos tão conturbados. Na quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a sua Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad Contínua) e trouxe a novidade positiva: o País atingiu, no trimestre entre setembro e novembro do ano passado, a menor índice de desemprego desde abril de 2015. A taxa verificada pelo estudo aponta para 8,1%, o que representa uma queda de 0,9 ponto percentual (p.p.) em relação aos três meses anteriores (junho a agosto) e de 3,5 p.p. quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior (2021).

Ainda de acordo com a Pnad Contínua, a quantidade de brasileiros desocupados reduziu em 3,7 milhões entre o último trimestre de 2021 e o de 2022. Destes, 953 mil foram na última parcial do ano passado, o que projeta a estimativa de existirem no momento cerca de 8,7 milhões de cidadãos sem emprego. Ainda é muita gente, sem dúvidas. Porém, é um grande avanço se comparado aos anos mais recentes - mais precisamente desde 2017 - quando o Brasil conviveu com um número de desocupados que oscilava entre aproximadamente 12 milhões e em torno de 15 milhões.

Não por acaso, a reversão deste eletrocardiograma de pequenas altas e baixas na taxa de desocupados iniciou a partir do primeiro trimestre de 2021, momento em que o País começou a superar resistências incompreensíveis com relação às vacinas, com elas chegando nos braços da população, a retomada da vida normal passando a ser vislumbrada e, a partir disso, as empresas tendo o mínimo de segurança para abrirem as portas e receberem o público com a menor circulação do coronavírus. O que, por óbvio, garantiu a abertura de vagas no comércio e na indústria e, depois, nos serviços.

Para além dessa boa nova, chama atenção um ponto relevante a ser observado entre a população ocupada: quase um terço dos 50,1 milhões de empregados do setor privado (sem contar trabalhadores domésticos) são pessoas contratadas sem carteira assinada. São 13,3 milhões de cidadãos sem a proteção da Consolidação das Leis Trabalhistas, quantidade que se manteve estável no trimestre, ou seja, não houve migração de MEIs e outros para o guarda-chuva da CLT.

De qualquer forma, um passo de cada vez, há sinais de retomada na economia brasileira. E uma das melhores é a garantia de emprego, pois isso aumenta o consumo, a produção e a geração de mais vagas. Resta manter essa trajetória positiva e partir para soluções paralelas, como a valorização dos salários e queda dos preços de itens básicos, por exemplo.

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